Você sabe como calcular o GRIS?
São tantas taxas e custos que envolvem o cálculo do frete que muitas vezes os clientes, e até a empresa, não conseguem entender completamente. Mas é extremamente importante conhecer bem cada um deles.
Afinal, calcular o custo de transporte de cargas de forma errada pode gerar custos desnecessários ou cobranças abusivas. Isso quer dizer que, ou você acaba prejudicando a saúde financeira do setor de logística, ou perde clientes e vantagem competitiva devido a um valor não otimizado.
Mas o custo de transporte não é a soma dos gastos com combustíveis, pedágios e motorista?
Não! Seria fácil desta forma, mas também acarretaria prejuízos imensos para as empresas de transporte. Quando estabelecemos um valor por um serviço é preciso incluir todos os gastos, taxas e impostos.
O GRIS, por exemplo, é uma das taxas que mais gera dúvida, afinal, nem sempre ele é incluso no valor total do frete. Quer entender melhor essa taxa e como calcular o GRIS?
Então, vamos lá!
O que significa GRIS?
Como mencionamos na introdução, GRIS é uma taxa que compõe o custo final do frete, a sigla significa custo do gerenciamento de riscos. Na prática, ela é uma porcentagem aplicada sobre o valor total da nota fiscal.
Como a própria definição sugere, ela é baseada no gerenciamento da probabilidade de riscos que determinada carga pode enfrentar no percurso. Então, o GRIS não é o valor pelo risco e sim pelo gerenciamento, ok?.
Saiba mais: O que é GRIS no transporte? Como incluir no valor do frete?
Para calcular o GRIS, precisamos avaliar, portanto, quais os fatores que influenciam na sua determinação.
Quais fatores influenciam em como calcular o GRIS?
O principal impacto sobre o cálculo do GRIS é o valor agregado da carga. Afinal, sabemos que quanto maior o valor, maiores as chances de roubo, certo? Infelizmente, nossas cargas, veículos e colaboradores enfrentam diversos riscos ao transportar uma mercadoria.
E é exatamente para cobrir o gerenciamento destes riscos que precisamos saber como calcular o GRIS. Entretanto, o valor agregado não é o único fator que impacta no custo de gerenciamento de riscos. Veja alguns dos principais:
-
Tipo, peso e tamanho do produto
Produtos mais leves costumam atrair mais a atenção de saqueadores. E, normalmente, são os produtos levados em caso de acidentes, por exemplo. Os tipos de cargas mais saqueadas no Brasil são:
- Eletroeletrônicos;
- Cigarros;
- Produtos farmacêuticos;
- Produtos têxteis;
- Autopeças e
- Combustíveis
-
Facilidade de comercialização
Algumas cargas podem ser mais facilmente revendidas, inclusive sem nota fiscal. Produtos mais populares no mercado costumam ser comercializados com maior facilidade. O que, é claro, aumenta o risco de roubos de cargas. E, consequentemente, o valor do GRIS.
-
Trajeto
O principal meio de transporte de cargas no Brasil ainda é o rodoviário e, bom, nós temos uma gigantesca malha rodoviária. O que dificulta muito a fiscalização e o monitoramento. Principalmente no transporte noturno e nas paradas de descanso.
É importante salientar que alguns estados e cidades oferecem mais riscos para o transporte do que outros. De acordo com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), Rio de Janeiro e São Paulo são os locais com maior índice de roubo de cargas, juntos somam mais de 80% do casos.
Isso quer dizer que o planejamento de rotas também pode impactar no momento de calcular o GRIS.
-
Monitoramento
Cargas que possuam número de série, chip ativo, códigos e qualquer outro tipo de identificação apresentam maior probabilidade de localização. Por isso, menos atrativas para criminosos.
Despesas
E, por fim, as principais despesas que devem ser consideradas ao calcular o GRIS são:
- Remuneração de todos os envolvidos no transporte;
- Investimentos tecnológicos e de inteligência – Tal qual softwares de geolocalização, gestão de rotas, rastreamento e gestão de frotas, roteirização de cargas, entre outros;
- Custos operacionais, como escolta, por exemplo.
Veja também – Como reduzir custo operacional sem comprometer a equipe?
Agora que você já consegue determinar em quais áreas de risco está a sua empresa de transportes e as despesas que precisam ser consideradas, deve estar se perguntando: Como calcular o GRIS baseado no valor total da carga?
Como calcular o GRIS?
O como calcular o GRIS é extremamente simples, afinal, ele é uma porcentagem aplicada no valor total da nota. Resumidamente:
GRIS = Valor da nota X Taxa
Isso quer dizer que, se o GRIS for 0,4%, por exemplo, e o valor total da carga for R$ 50.000,00, o GRIS é:
GRIS = 50.000 X 0,004 = 200
Ou seja, o GRIS é R$ 200,00. Mas como chegamos ao valor de 0,4%?
Bom, a taxa percentual do GRIS varia de acordo como inúmeros fatores, como já mencionamos. Se você conhece todas as suas despesas com gerenciamento de riscos, o Portal NTC desenvolveu uma fórmula para uma taxa GRIS personalizada.
Se você não consegue incluir todas as despesas com precisão, pode usar um valor médio de 0,03%, estabelecido pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Como se fosse uma taxa sugerida.
A depender da carga essa porcentagem pode aumentar ou diminuir. Para saber como calcular o GRIS, portanto, você precisa analisar os fatores que citamos acima.
Aplicação GRIS
De maneira geral, cargas com maior risco de roubo, como eletrônicos, alimentos, e demais produtos de alto valor agregado, mais leves e comerciáveis, possuem uma taxa de GRIS maior.
Ao contrário do transporte de areia, pedras, madeira, por exemplo
Esta análise de como calcular o GRIS é baseada em histórico do setor, da região e dos veículos utilizados. Vale ressaltar que ela não é obrigatória, é, na verdade um acordo entre as partes. Pode, inclusive, não ser cobrada em setores com baixo risco de transporte, por exemplo.
Ah! E, claro, quanto melhor for o gerenciamento de riscos no transporte da sua empresa, com investimento em tecnologia e inteligência, maior a segurança do transporte.
Cálculo de frete, custos e gerenciamento logístico ainda são bichos de sete cabeças para você? Não precisa ser, apesar de existirem tantas taxas, dados e análises, hoje é possível contar com a ajuda de ferramentas de logística altamente eficientes.
Especialista em soluções em geolocalização e nuvem, sendo um dos principais Google Cloud Premier Partner da América Latina.
Ajudando as empresas a se tornarem mais competitivas, eficientes e sustentáveis há mais de 20 anos.